Airbus é investigada por corrupção
(Bloomberg) -- As autoridades francesas se uniram ao Reino Unido em uma investigação de corrupção à Airbus centrada em acusações de práticas fraudulentas relacionadas à venda de aviões e ao arranjo do financiamento de aeronaves.
A investigação da agência francesa Parquet National Financier segue os passos dados pelo Escritório de Fraudes Sérias do Reino Unido em agosto para analisar possíveis pagamentos de propinas e atos de corrupção na divisão de aviação civil da Airbus relacionados a consultores terceirizados, informou a fabricante de aviões com sede em Toulouse, França, na noite de quinta-feira (16). As duas autoridades trabalharão de forma coordenada, informou a Airbus.
A expansão da investigação é o resultado de uma autodeclaração e "não é um problema novo", disse o CEO Tom Enders na sexta-feira, em entrevista coletiva, em Nova Delhi. A Airbus disse que deixou de utilizar os intermediários questionados e que espera que as garantias de financiamento suspensas sejam restauradas. Enders afirmou em uma teleconferência, em fevereiro, que o chefe do escritório da empresa estava trabalhando com um grupo de advogados em meio a auditorias internas.
"Distorções e omissões"
A Airbus havia alertado aos órgãos reguladores do Reino Unido e às agências de crédito à exportação europeias no ano passado "distorções e omissões" envolvendo contratados terceirizados em algumas aplicações de financiamento à exportação descobertas pela empresa em uma investigação interna. As agências de crédito, incluindo a U.K. Export Finance e instituições estatais da França, da Alemanha e da Espanha, suspenderam parte do financiamento de apoio usado pela Airbus para a venda de aeronaves comerciais.
Cerca de 7% das empresas aéreas clientes da Airbus receberam apoio dessas agências em 2015, enquanto as empresas de leasing geralmente fornecem cerca de 45% do financiamento. A fabricante de aeronaves esperava o apoio do governo para retomar o instrumento no fim de 2016 após a promessa de deixar de contratar os intermediários, mas o auxílio ainda não foi recuperado.
A fabricante francesa não foi a única empresa a cometer deslizes em sua tentativa de expansão no Oriente Médio, na Ásia e em outras regiões de rápido crescimento. As empresas normalmente usam intermediários com conexões locais para ajudar a estabelecer uma presença em novos mercados nos quais a instalação de escritórios locais pode levar anos. A prática não é ilegal, mas pode complicar a fiscalização.
A fabricante de motores de jatos Rolls-Royce foi investigada durante anos após reconhecer possíveis atos de corrupção relacionados ao uso de consultores estrangeiros. A empresa britânica concordou em janeiro em pagar cerca de US$ 800 milhões para encerrar as investigações e admitiu que pagou propinas para conseguir contratos em países como Tailândia, Angola e Iraque.
Fonte: https://goo.gl/tNMfqu
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